22 de abril de 2010

De: Carol ___ Para: Convicção

Convicção,

Obrigada pelos seus serviços prestados durante esses últimos anos. Com a sua ajuda, consegui calcular todo o meu futuro: tracei meu planos, coloquei-os em prática, vivi com toda a intensidade todos eles, mesmo que tivesse que passar por cima dos meus desejos. Afinal, você me disse q o Desejo nunca poderia me aconselhar bem. Eliminei tudo o que poderia me oferecer perigo, determinei tudo aquilo que poderia me desestabilizar e passei a marcar o tempo pra todas as coisas, pois ele é muito precioso. Me tornei quase uma vidente.

Pena que mesmo tendo tanta certeza de tudo, você não fez minha dor passar, não me ensinou a arriscar e fiquei mais cansada do que eu já era. Fiz tudo com os pés no chão e rechacei todo tipo de perigo que poderia correr. Afinal, você me disse que errar é humano, mas errar duas vezes é burrice.

Sei que aprendi muitas coisas com você. Acontece que a minha beleza desapareceu, os meus olhos deixaram de ser doces e o meu sorriso ficou amarelo. Hoje, à tarde, meus olhos se abriram e eu percebi que preciso de mais. Na verdade, não sei mais do que preciso.

Encontrei uma amiga, a Incerteza. Apesar de ela ser confusa, me disse muitas verdades. Cheguei a ficar com raiva dela, quando me chamou de teimosa e radical. Fui pra casa achando tudo aquilo um absurdo, já que sou uma pessoa muito equilibrada e flexível. Pensava... “São as minhas convicções que me movem. Não posso abandoná-las”.

Depois de algumas horas de brigas entre o tico e o teco, percebi que poderia estar muito errada e que, de fato, fui teimosa e radical. Não estava errada por ter seguido você. Tudo o que você me disse fez muito sentido naquela época. Errei por não ter ouvido também outras pessoas, como o Risco ou a Vida.

Sabe...fiquei muito triste por ver que me feri e feri pessoas por causa dos seus conselhos. Não me entenda mal. Sei que você tinha a melhor das intenções. Mas sabe...vc não devia ficar tão sozinha. Você pode acabar morrendo de solidão.

Desculpe Convicção, mas terei que limpar as minhas estantes agora. Preciso que você vá para o final da fila porque agora outras pessoas estão na sua frente. Depois que eu ouvi-las, vou te ouvir também. Sei que você ficará feliz porque vou colocar os livros de volta no lugar. Vocês poderão me ajudar aonde colocá-los, mas agora a escolha é minha e a flanela também.

Não fique com medo de eu me machucar. A vida é como uma corda bamba. No início, a gente cai toda hora, mas depois a gente pega o jeito e fica até com as pernas tonificadas.

Ah! Não brigue com a Incerteza por ela ter me falado aquelas coisas. Acho que vocês ainda podem ser grandes amigas.


Carol.






6 comentários:

  1. Muito profundo, Carolzinha! Fiquei um pouco confusa e incerta. hauahuah Ateh gelei. Engraçado q fiquei até com vontade chorar ao ler. rs
    Kra, adorei! rs

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  2. É o q eu sempre digo...hauhuahuahua

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  3. Lindo, Carol! Acho que a Convicção gostou de saber disso... ;D
    Amo vccc... saudadeeee!!!!

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  4. li. parabéns por conseguir expressar seus pensamentos em palavras. preciso tentar fazer isso tb, né? rsrs

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  5. Show!! mtu bom Carolzinha!
    parabéns! (novamente! rsrsrsrs)

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  6. Como já tinha dito: é exatamente o que eu sinto neste exato momento. Ainda bem que em tempo hehe
    Bjo amiga

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"...fique à vontade, tire os sapatos e não pare nas escadas"