13 de julho de 2010

Pensando em você

"Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais
Pensar em te esquecer
Pois quando penso em você
É quando não me sinto só
Com minhas letras e canções
Com o perfume das manhãs
Com as chuvas dos verões
Com o desenho das maçãs
Com você me sinto bem"
Pensando em você - Paulinho Moska
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9 de julho de 2010

Eu ser




















Posso ver Você em cada coisa lá fora.
Em cada brilho,
Em cada brisa,



Em cada movimentar.
Será que mereço enxergar tanta beleza?
Meus olhos negros não deviam enxergar tudo escuro?



Você me dá o maravilhoso milagre de ver
Através dos Seus olhos.
Você é maior do que qualquer coisa
Que possa me coisificar.
Você é.


Eu não sou.
Com Você eu ser.
Já vale a pena viver.

4 de julho de 2010

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" Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. [...]

A covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura [...]
É difícil perder-se. [...]

Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar a desorientação. Como é que se explica que o maior medo seja exatamente em realção: a ser? [...] Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? Como é que se explica que eu não tolere ver, só porque a vida não é o que eu pensava e sim outra - como se antes eu tivesse sabido o que era! Por que é que ver é uma tal desorganização?

E uma desilusão. [...] Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. [...] O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade. [...]

Sei que precisarei tomar cuidado para não usar sub-repticiamente uma nova terceira perna que em mim renasce fácil como capim, e a essa perna protetora chamar de "uma verdade". [...] E que eu tenha a grande coragem de resistir a tentação de inventar uma nova forma."


Retirado de A Paixão segundo G.H, Clarice Lispector.
"...fique à vontade, tire os sapatos e não pare nas escadas"